Sumários
A escrita etnográfica em múltiplas escalas, a comparação e a mudança
9 Dezembro 2024, 15:00 • Susana Dores Matos Viegas
A questão das escalas na etnografia será endereçada nesta aula. Partimos da ideia de que a metodologia etnográfica se tornou relevante por ser capaz de referir, a partir de dimensões micro e altamente contextualizadas, temas e assuntos de largo espectro humano. Ao nível da escrita etnográfica, iremos refletir sobre a inserção do conhecimento de campo em diversos eixos de alargamento de escala, prestando particular atenção à questão da escala global, da comparação e de desafios a investigações contemporâneas que implicam processos de entrelaçamento com escalas transversais.
Leituras prévias à aula
Allerton, Catherine. 2007. “What does it mean to be alone?”. in Astuti, Rita, Parry,
Jonathan e Stafford, Charles (org). Questions of Anthropology. Oxford, New York. Berg,
pp. 1-27.
Tsing, Anna Lowenhaupt. 2019. “Sobre a não escabilidade: o mundo vivo não é
submisso a escalas de precisão alinhadas”. In Viver nas ruínas: paisagens multispecies
no Antropoceno. IEV Mil Folhas. Edição de Thiago Mota Cardoso e Rafael Devos.
Brasilia. Pp. 175-202
Bibliografia de Referência:
Bloch, Maurice. 2008. “Truth and sight: generalising without universalizing. Journal
of the Royal Anthropological Institute (N.S.): S22-S32.
Hastrup, Kirsten, 2004, “Getting it right: knowledge and evidence in anthropology”.
Anthropological Theory, 4 (4): 455-472.
Ingold, Tim. 2014. “That’s enough about ethnography!” Hau: Journal of Ethnographic
Theory 4 (1): 383–395.
Ingold, Tim. 2018. Anthropology: why it matters. Polity Press. Cambridge. Pp. 1-51.
Pina-Cabral, João de. 2002. “Habits of the heart: modern women and filial piety”.
Between China and Europe: person, culture and emotion in Macao. London and New
York. Continuum. Capítulo 9 (pp. 179-203).
Sanjek, Roger. 1996. “Ethnography”. In Banard, Alan & Jonathan Spencer (ed).
Enciclopedia of Social and Cultural Anthropology. London and New York: Routledge.
Pp. 193-198.
Strathern, Marilyn. 2004. Partial Connections. Altamira Press. Walnut Creek,
New York.
Viegas, Susana de Matos. 2009. “Can Anthropology Make Valid Generalizations?
Feelings of Belonging in the Brazilian Atlantic Forest”. In Christina Toren and João de
Pina Cabral, ‘What is Happening to Epistemology? ́, Special issue of Social Analysis 53
(2), 147–162.
Escrita e Interlocução teórica
2 Dezembro 2024, 15:00 • Maria de Fátima Calça Amante
Leituras e atendimento aos alunos e apresentação monografias
25 Novembro 2024, 15:00 • Susana Dores Matos Viegas
Esta semana os alunos estiveram a preparar as leituras e a aula correspondente foi leccionada no dia 16 de Dezembro-
Esta última aula deixamos aos alunos a responsabilidade de endereçar alguns dos temas abordados ao longo da cadeira a partir da monografia que escolheram para leitura. A aula decorreu em forma de seminário, começando com a intervenção de cada um dos alunos (10 minutos cada).
Narrativas aprofundadas em etnografia
18 Novembro 2024, 15:00 • Maria de Fátima Calça Amante
Esta aula explora a importância da narrativa para a escrita etnográfica em antropologia, com um foco particular em (auto) biografias, vinhetas, micro-histórias ou material de entrevista oral. Tendo em conta a proliferação de narrativas produzidas e distribuídas nas redes sociais, atenção será dada também à forma como os antropólogos coletam, interpretam e produzem narrativas etnográficas em ambientes digitais. Finalmente, pretende-se destacar a dimensão política da narrativa e alertar para as implicações éticas da narração de histórias.
A ética em antropologia e a interlocução em campo
11 Novembro 2024, 17:00 • Maria de Fátima Calça Amante
A problemática da ética é atualmente parte integrante de
qualquer candidatura a investigação científica. Que especificidades tem a
investigação antropológica a este nível? Fará sentido na antropologia seguir um
código de ética? Termos usados pelos antropólogos para se referirem aos seus
informantes – “informadores”, “informantes”, “amigos”, “colaboradores” ou
“interlocutores” – correspondem a uma série de transformações na visão
antropológica sobre a interlocução em campo? E que relação tem essa transformação
com a própria mudança na organização geopolítica do mundo e do saber
científico?
Nesta aula faz-se uma primeira abordagem
aos aspetos metodológicos relacionados com o registo das observações de campo,
privilegiando a reflexão sobre aspetos éticos e de interlocução no terreno.
Refletimos sobre as diferenças entre investigações mais centradas em observação
participante, entrevistas, conversas informais e registos de arquivo.